Breve enquadramento do Indice de Sentimento de Comunidade

Chavis et al., (1986) desenvolveram uma medida de Sentimento de Comunidade através da resposta de 1200 adultos a um questionário da participação da vizinhança em projectos. Usando a metodologia de Brunskwick, num total de 23 items de resposta aberta e fechada, representando o Sentimento de Comunidade. Estes items foram agrupados em quatro subescalas, baseadas na sua relevância conceptual para cada uma das dimensões teóricas, de forma a produzir o ISC. Devido às suas respostas abertas o ISC tornou-se limitado. Em resposta, Chavis e os seus colegas criaram uma forma curta do ISC. A escala consiste em 12 items “verdadeiro” e “falso”, com o termo “blocks” representando o seu grupo de referência. Estes items foram escolhidos para representar as percepções das vizinhanças em termos de estatuto de membro, influência, satisfação de necessidades e ligação emocional. A escala total tem um coeficiente de confiança interna de 0.80. Os dados mostraram suporte para as quatro dimensões do SPC, contudo, não reporta confiança interna nas sub-escalas..

Para as dimensões do modelo de McMillan & Chavis, foi encontrado vário suporte, em muitos estudos qualitativos. Plas & Lewis (1996) descobriram que os residentes de uma cidade planeada, fazem referência às características ambientais, indicativas da importância do Estatuto de Membro, Ligação emocional partilhada, e satisfação das necessidades. Sonn & Fisher (1996) encontraram evidência nas quatro dimensões do SPC, comparando os imigrantes com as suas comunidades de origem e de destino. Brodsky (1996), também encontrou evidência das quatro dimensões nas suas entrevistas com mães solteiras em vizinhanças de alto risco.
A construção de validade no ISC, representando o modelo de McMillan & Chavis, foi estabelecida em muitos estudos, tais como os apresentados em cima. Perkins et al., (1990), usando métodos de questionário por telefone, demonstrou que os altos valores de ISC estão significativamente associados com o longo tempo de residência na vizinhança, altos níveis de satisfação do bairro, vizinhança, controlo social informal, comunicação e baixos níveis de medo ou crime. O estudo de Pretty (1990), mostra uma significativa relação entre o ISC e as características de suporte do ambiente social dos estudantes de um colégio. McCarthy, Pretty & Cantano (1990), demonstraram uma relação significativa entre altos valores de ISC e baixos valores de insatisfação e altos valores com variáveis de bem-estar.
O ISC foi inicialmente designado para populações adultas num contexto residencial ou de vizinhança. O estudo de Chipuer & Pretty (1999), estendeu o trabalho do ISC de três formas. Primeiro, usando técnicas de análise factorial, examinando cada uma das quatro dimensões, assumidas para estarem presentes no actual ISC de vizinhança. Segundo, os autores examinaram a estrutura dos factores do ISC numa comunidade relacional, local de trabalho para adultos. Terceiro, examinaram cada uma das quatro dimensões do ISC de vizinhança, em adolescentes. No geral, as descobertas indicam que ao longo das comunidades e ao longo das populações, os items do ISC podem originar o desenvolvimento da escala, assente dentro do modelo de McMillan & Chavis. A preocupação final de Chipuer & Pretty (1999), é a da inclusão de items do ambiente físico no ISC, isto porque segundo várias investigações há uma relação significativa entre o ambiente físico da comunidade e a sua relação com ela. (Guest & Lee, 1983; Doolittle & Mac Donald, 1978; Glynn, 1981; Riger & Lavracas, 1981).
Segundo Obst & Katherine White (2004), o Índice de Sentimento de Comunidade é uma das medidas, do Sentimento Psicológico de Comunidade, mais usada. Há muita discussão na literatura acerca da validade desta escala, não só como uma medida do Sentimento de Comunidade em geral, como das suas dimensões teorizadas por McMillan & Chavis (1986), autores que fundamentam este conceito.
No estudo Revisiting The Sense of Community Index: A confirmatory factor analysis, Obst & Katherine White (2004), examinam o ISC, com uma amostra de 219 pessoas, investigam vários estatutos dos membros da comunidade, incluindo a vizinhança, os estudantes e comunidades de grupos de interesse. Os dados foram analisados segundo uma confirmação de análise dos factores. Os resultados mostraram que o ISC, na sua estrutura original de factores, não está adequadamente ajustado aos dados. A escala foi revista, usando indicadores de confirmação de análise dos factores, produzindo uma nova estrutura baseada nos mesmos items. Os resultados do estudo dão suporte empírico às quadro dimensões propostas por McMillan e Chavis (1986).

Muitos debates correntes, em torno do ISC, examinam as propriedades psicométricas do ISC. Chipuer & Pretty (1999) examinaram as propriedades psicométricas do ISC na vizinhança e locais de trabalho. Chipuer & Pretty (1999), concluíram que o ISC é uma das poucas medidas do Sentimento Psicológico de Comunidade assente na teoria, dando uma boa descoberta para investigações futuras do Sentimento Psicológico de Comunidade.

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